quinta-feira, 27 de abril de 2006


TERRA,
CASA DE BANHO à beira do Jardim dos Aromas (Manila),
Dia 26 do Mês de Abril do Ano do Novo Arrebento.


TEXTO REVELADO ou AS NOVAS ESCRITURAS


Dedicatória e Exortação Sublimes, com indícios da Sábia Advertência à mistura:

Amen.
Humanos, é para vós! Com profunda mágoa anímica me dirijo, não às inteligências, mas aos incultos corações de Vossas Dignidades. Por isso, preparem-se para a Charrua Redentora que do Meu peito se alevanta! Calem-se as memórias de Alexandre e Trajano, pois trago-vos o Quinto Evangelho! Nem mais, nem menos! O Evangelho da Agricultura! Depois de Mim, não ficará pedra sobre pedra, nem pseudo-ciência sobre pseudo-ciência. Já sinto o tremor e ranger dos vossos dentes cariados. Porém, aviso-vos que muitos são os chamados, mas poucos serão os colhidos.
Amen.
O Meu Tempo chegou! Definitivamente! Por isso, fujam todos vendilhões da Ignorância, esse monstro maldito! Professores e professoras que já nada sabem da Divina Ciência que, finalmente, desenterro e escarrapacho bem diante dos humanos espíritos. Destruam-se todas as Escolas e Universidades ou, então, se acharem por bem, transformem-nas em hortas ou amplos campos de cultivo. Eu vim trazer a enxada e não a preguiça que deriva da paz podre!
Amen.
A Minha Hora está aqui, mesmo à frente das vossas pencas! Saibam que em Mim se ergue a Natureza na plenitude da sua Divina Majestade, há muito olvidada, mas agora antropomanifestada na Minha Pessoa! Vislumbro, no entanto, com os olhos inundados de mosto, e desculpem-Me a partilha de sentimentos, mas é que Eu Sou muito sincero (e por isso os meus amigos me chamam Ernesto, vejam lá!), as trevas que irão abater-se no pretensioso mundo em que “sobreviveis”, mais parecido a uma masmorra sem o divino aroma do estrume, se os portais dos vossos empedernidos corações não se abrirem, de par em par, ao Iluminado Cultivo do Único Verbo que Liberta,… o M’Eu!


Vamos lá! Não tenham medo da Charrua da Verdade! AMEN.

Corações ao Alto, Sentimentos Agrícolas e… marche! AMEN.
ECCE HOMO: FREDERICUS AUSTRALOPITECUS!
DESEJAVAM-ME?… POIS AQUI ME TÊM!

O Apocalipse da Identidade:
(Comunicação em “Estilo Profético”, para quem pode e não para quem quer)

Os “Novos Versículos” que o anjo Estrumel Me revelou:
(Preparem-se, leitores! A Terra que agora pisais é Sagrada)

Alfa - a.
1. Na verdade, na verdade, vos digo!
2. Eu sou o Homem… de quem tanto se fala.
3. O Verdadeiro Filho da Mãe… Natureza, o Último Interprete dos Mistérios da Sublíssima e Augusta
Terra, a Incorruptível, que o homem desde sempre trabalhou, revolvendo-a com o ir e vir do seu
arado, mas que hoje em dia já não escuta.
4. A humanidade metamorfoseou-se numa abominável matilha de borjeços e patas-chocas, sem
dentes, é certo, mas com língua, o que, no meu Redimido Entender, ainda é pior. Mas… não
temais! Ainda me não fui, para que se cumpra a Missão da Iluminação das fundidas cachimónias
que a humana raça ostenta (…que tristeza!), demasiadamente cheia de letras e vãs ciências, de
preguiça e caprichos de princesas sem calos e manápulas carnudas!
5. Mas por quem sois, mortais? Por quem sois? Porque vos afastastes tão cedo da Dignidade da
Terra e da Sábia Ciência que a aprofunda: a Agricultura?
6. Vamos! Ainda estais a tempo! Patas às galochas e mãos à enxada! Eu serei o vosso Adubo
Espiritual.
7. Ninguém vai à Mãe (Terra, pois está claro!), a não ser pelo Filho, ou seja, Eu.
8. Sou o Caminho Lavrado, a Verdade que estruma e a Vida que amamenta.
9. Amen.

Beta - b.
1. Na verdade, na verdade, vos revelo!
2. Eu sou Aquele que Verdadeiramente É, porque sempre Foi e sempre Será! Ou não É assim?
3. Por acaso necessitais de mais provas?
4. Se necessitais, ide para o diabo que vos carregue! O vosso mal é a preguiça dos novos-ricos que
não sabem de onde vem aquilo que diariamente comem.
5. Saibam, pela Luz que vos alumia, ou seja, por Mim, que não uso barba nem turbante, não
possuo carros com pneus de borracha nem ostento olhos de carneiro mal morto. Logo, não sou um
falso profeta, como tantos que por aí andam e, ainda por cima, são venerados nas Igrejas Pseudo-
Sagradas do “Já Está”.
6. Amen.

Síntese Alfa-Betizada - a + b.
1. Na verdade, na verdade, vos confesso!
2. Eu sou o Humilhado e Ofendido, o Vilipendiado Sem Piedade, o Varão das Dores que não
cessam, como já tinha predito o Profeta Corneto de Moca, há milhares de séculos atrás (Neolítico
Superior), esse honesto Proto-Agricultor que preparou a Minha Vinda com a sua indómita
Verborreia Vitaminico-Messiânica.
3. E Eu… cá me Vim, senhores, para que se cumprissem as Novas Escrituras.
4. Amen.


Digressão Sublime em Estilo Apocalíptico
(Conselho de leitura: Agarrem-se às cadeiras! O Tempo do Divino Iconoclasmo chegou!)

§1. Agora que já todos sabem quem Sou, peço uma aderência total, isto é, incondicional, ao meu Verbo Iluminado. Venho ordenar-vos que aceitem e cumpram o que vos digo… e não, que entendam! Necessário se torna, pois, que proceda a uma destruição agrícolo-científica de todas as pseudo-religiões que até agora assolaram as humanas consciências. Coitadas!… Porém, a culpa não é delas, ou seja, vossa. A culpa foi e, sempre será, desses vendilhões de contos de fadas, que nada sabiam da Agricultura, com uma excepção… Mas, a seu tempo sabereis de quem falo. Amen.
§2. Em primeiro lugar, revelo-vos que a Religião de forma alguma é um dos saberes fundamentais decorrentes da experiência humana. Muito pelo contrário! Desde os primórdios da humanidade, que as diferentes Religiões do mundo apenas serviram para atrasar o processo civilizacional, ou seja, tudo o que se refere ao incremento de uma Agricultura De Ponta. Se dependesse dos seus fundadores, ainda hoje estaríamos mergulhados em lamúrias e choradeiras, de todo em todo inúteis, sem nada sabermos da realidade envolvente, ou seja, da Mãe-Natureza, e de que forma deveríamos assegurar a nossa subsistência de uma forma planificada. Se dependesse dessa corja pseudo-messiânica de esquizofrénicos, nunca a humanidade teria aprendido a esventrar a Divina e Augusta Terra e, sem dúvida, teria sucumbido, vítima de uma fome generalizada. Nem batatas nem ervilhas, nem tomates nem nabos, nem grelos nem couves… E fico-me por aqui! Teríamo-nos transformado num bando de inúteis e sem-abrigo, hippies e pedintes, como foram os tais pretensos fundadores de Religiões, isso sim!, sempre à cata dos bens de quem, efectivamente, trabalha. Os supostos Livros Santos não passam de um chorrilho de asneiras inférteis, um autêntico ópio maligno que adormeceu, durante alguns séculos de retrocesso civilizacional, as consciências inatamente agrícolas. Humanidade, ergue-te! Eis o Tempo, em Mim, desabrochado: “Hic et Nunc”! Amen.
§3. Em segundo lugar, revelo-vos que Deus não existe. Aliás, nunca existiu. Ainda não sabiam?… E, vamos lá pensar o seguinte: se alguma vez existiu, é indubitável que já morreu há muito tempo… no coração dos homens. Duvidam? Olhem que, se alguma dúvida acalenta ainda o vosso pueril coração, basta meditarem um poucochinho naquilo em que se transformou a humanidade, a partir do fim do período pré-histórico.. Que desgraça!… Que malvadez!… Que ignorância!… Que bando de pequenos-burgueses a viverem à custa da divina e sacrificada labuta dos agricultores. O diabo que carregue a humanidade corrompida pelas patranhas religiosas! Mas mais! Esses supostos fundadores de Religiões, quando falavam de Deus, o que queriam dizer é que “Esse Ser-Transcendente” não é senão o “Grande Agricultor”. E sou Eu quem vos garante esta Verdade! EU! FREDERICUS AUSTRALOPITECUS! Aquele que tiver dúvidas que consulte o ponto Beta - b (4.) deste Texto Sagrado. Foi até um desses fundadores que disse: “Tudo no Reino dos Céus é à semelhança do agricultor”, “O que semeares é o que vais colher”, As minhas palavras são sementes”. Ora, senhores e senhoras, que verdades tão velhas e, acima de tudo, tão pouco originais. Eu alerto-vos, ó humanidade!, que, no que diz respeito às Religiões, “comprastes uma cama nova e dormistes com os pés de fora”. Foi-se o chulé, é certo!, mas vieram as frieiras acicatar as dores dos vossos vetustos joanetes espirituais. Tais fundadores de “Doutrinas de Rebanho” deveriam, no meu enternecido entender, se ainda estivessem vivos, esses tão dignos e importantes senhores, e ainda bem que já não estão!, serem presos por plágio e condenados a comer farinha pensal para o resto das suas vidas, para saberem como elas mordem! Sem tirar nem pôr! Desculpem-me, pois estou outra vez a ficar com os olhos marejados de mosto, fruto do extremo esforço que estou a desenvolver para vos redimir, através do m’Eu Humilde Verbo. Neste momento, não há orgão que não me provoque dores: coração, vesícula, intestinos, aaaai!… Pronto!…Já passou. Notaram alguma coisinha?… Amen.
§4. Vamos lá! Marche!… Como já sabeis, todo o mérito e louvor pertence aos proto-agricultores dos primórdios da humanidade, aqueles do Neolítico Superior (não haja dúvidas!), os quais levaram a cabo uma das mais profundas revoluções à escala planetária: a Agricultura. Se algum Livro Sagrado nos inspiraram os seus telúricos ensinamentos, esse foi, apodicticamente, o “Almanaque Borda d’Água”. Leiam-no caríssimos e caríssimas, leiam-no, dia e noite, noite e dia, por cima e por baixo, por baixo e por cima, por dentro e por fora, por fora e por dentro, e que nunca se afaste dos vossos corações agricolamente redimidos. Amen.
§5. Centremos agora o nosso olhar, sabiamente estrumado, na vida e obra de três figuras, supostamente grandiosas, que a maior parte dos mortais considera de excepção: Budha, Sócrates e Cristo. Três miseráveis, sem dúvida! Três tristes tigres. Ora, digam lá outra vez, a ver se conseguem. Nem isso podem, não é? Vejam lá a importância dos referidos figurões! No entanto, deixemo-nos de entretantos e passemos aos finalmentes, como soía dizer o Grandioso Iluminado de Paraguaçú, de sus tropical graça, Odorico. Passemos ao que interessa, com a enxada intelectual em riste e sem piedade. Arre! Amen.
§6. Budha: como viveu e o que escreveu? Ora, viveu como um autêntico verme da sociedade indiana do seu tempo, nada tendo escrito com o seu próprio punho, pelo menos, tanto quanto se sabe. Se calhar, o seu punho estava demasiadamente cansado com certas actividades búdicas nocturnas, vá-se lá adivinhar! Portanto, esta tão excelsa figura, que meia parte da inculta humanidade venera, não passa de uma vítima daqueles que por ele escreveram. Triste tigre!… Tudo quanto se diga acerca do seu pensamento, se é que de facto o teve, jamais passará de mera conjectura. Ora, enjoados de conjecturas já nós estamos. Avante! Na minha Sábia Perspectiva, é fácil de compreender que o Budismo não passa de algo que apenas pode interessar àqueles que estão demasiadamente cansados do vinho e das belas mulheres, dos grelos e dos nabos, de beterrabas e cenouras, coitados! O budismo não passa de uma triste e perigosa vontade de nada Uma triste vontade que se auto-anula. É a Vida Em Si Mesma que os budistas renegam e, por isso, deveriam ser condenados a morrer à fome, a não ser que passassem todos a trabalhar a terra, pois está claro! No entanto, nunca cheguei bem a compreender como é que este ridículo fundador de religiões conseguiu engordar tanto e ficar com os olhos em bico. Olhem, se calhar é porque passou grande parte da sua vida sentado, a comer à custa do Iluminado Trabalho dos Agricultores (esses sim que deveriam ser venerados!). E é justamente a um energúmeno sentado desta estirpe, ainda por cima careca, que meia parte da humanidade adora. Arre, que são burros! Amen.
§7. Sócrates… Que desgraça! Que bêbedo incorrigível e, ainda por cima, um homossexual assumido que levava enxertos de porrada da sua mulher (essa Iluminada Fêmea, de sua helénica graça, Xantipa). É este o exemplo que quereis para os vossos filhos, senhores???… Haja decência! Por Zeus, humanos! Por Zeus!… No entanto, se meditarmos aprofundadamente, isto é, de uma forma agrícola, acerca do pensamento desta tão ilustre personagem, rapidamente chegaremos à conclusão que foi vítima do mesmo crime que o suposto iluminado indiano foi. Também Sócrates nada escreveu com o seu próprio punho. Pois como poderia ele ter escrito alguma coisa se era analfabeto, como toda a gente culta sabe! No entanto, a meu ver, esta personagem foi bem mais perniciosa para a evolução da consciência humana do que Buda. E sabem porquê? Ora pensem lá um pouco, se é que conseguem! Não foi ele o fundador da seita dos filósofos antropológicos, ou lá o que é? Uma espécie de nova religião, a religião das tretas e das verdades infertéis, que ninguém entende, nem os próprios que nelas vivem. Não há dúvida alguma que os filósofos, com as suas superficiais doutrinas sobre a verdade da vida, não fizeram outra coisa senão afastar a humanidade das vitais raízes que sempre a prenderam à Divina Mãe: a Terra. O problema é que nunca ninguém os obrigou a vergar a mola e pegar numa enxada, senão a história teria sido outra. Para que serviu e para que serve ainda a filosofia? Alguém terá necessidade de um tal pseudo-saber que mais não faz do que inventar problemas sem resposta possível? E reflictam bem nesta terrível possibilidade: se toda a humanidade, de um momento para o outro, se convertesse à filosofia, estaríamos desgraçados! Eternamente condenados, sem tirar nem pôr, a alimentar-nos de problemas e conceitos, totalmente falhos de vitaminas verdadeiras e do estrume que regenera as consciências. E não me venha dizer, esse bando de energúmenos que se dizem amigos do saber, os filósofos, que a minha argumentação é defeituosa, porque enferma do estilo “ad hominem”. Nunca foi meu objectivo atacar o homem para, desse modo, demonstrar a falsidade das suas ideias. O facto é que, neste caso, nem temos homem (como acima demonstrámos!), nem ideias (vide a tal demonstração). Se alguma coisa foi Sócrates, essa foi, sem dúvida alguma, um supremo idiota malcheiroso. Mas a vida lá se encarregou de o castigar, e ainda bem! Creio que o momento mais iluminado da sua infértil existência teria sido aquele em que este pobre triste tigre helénico bebeu o veneno da cicuta, na masmorra em que o convidaram a viver. Nesse momento, penso eu, e digo-vos isto com os intestinos verdadeiramente comovidos, teria alcançado a suprema compreensão da Luz que Liberta: a Agricultura! Sócrates!… Sócrates!… Só então compreendeste que tudo o que dá a vida, assim como tudo o que dá a morte (pensa na cicutazinha, meu caro!), veio, vem e sempre virá da Terra. Mas já foi tarde para que te convertesses à Sábia Ciência. Deixa lá! Fica para a tua próxima reencarnação na forma, talvez, de um alho francês. Até rima, vejam lá a Beleza do que Vos digo. Avante! Amen.
§8. Cristo. Numa palavra: foi um agricultor, sem nunca ter tido consciência disso, é claro! Um verdadeiro poeta da Ingrícola! Saibam, porém, que também ele foi vítima do hediondo crime de lhe terem atribuído pensamentos e verborreias pseudo-messiânicas que nunca ousou pensar, porque não podia. Como sabem, esta personagem foi muito limitada no que à Verdadeira Inteligência diz respeito. Também este cristo nada escreveu com o seu próprio punho. Como poderia ele ter escrito alguma coisa? Um analfabeto sem limites! No que à sua vida diz respeito, toda a gente sabe que viveu como um mendigo e parasita da sociedade hebraica do seu tempo. Nunca trabalhou a Terra, nunca se dignou a vergar a mola e pegar numa enxada. Em suma, nunca produziu nada de útil à humanidade. Pois é!… É duro, não é, ó cristo!, que a todos pseudo-salvaste, menos a ti próprio? A cruz foi pouca coisa para ti, meu caro, pois, como toda a gente sabe, não morreste nela. Como embusteiro que eras, fugiste do sepulcro, sabe-se lá para onde! Porquê, Jesus? Porque te obstinas-te tanto em enganar a pobre humanidade que trabalha a Terra: os agricultores? Enfim, tu lá sabes… Mas, explica-me lá, porque foste tão arrogante e, acima de tudo, tão desleixado? Vá lá o diabo adivinhar! Estou iluminadamente certo de que uns banhitos, de vez em quando, não te teriam feito nada mal à cabeça, assim como uma ida mensal ao barbeiro, por causa dos piolhos e da caspa facial, entendem-me, não é? Mas nem a isso o messiânico desgraçado se dignou. Que pessoa tão importante ele foi, vejam lá! Dá-me vontade de rir… Pensem bem, senhores! É este o exemplo que quereis para os vossos filhos??? … Pela Divina e Augusta Mãe-Terra! Haja decência! Se pensarmos, agora, nos seus manhosos ascendentes, pai e mãe, Zé e Maria, também facilmente ficaremos horrorizados com as patranhas que acerca da sua vida se teceram. Todas elas não passam, nem nunca passarão de um atentado terrorista às humanas inteligências. Como poderá alguma vez uma mulher engravidar sem ter tido relações sexuais? Acham tal coisa possível? Parece-me, neste momento, estar a ouvir as vozes de vossas redimidas dignidades, em coro, dizer: “Pela Agricultura, Profeta Fredericus Australopitecus, estais coberto de razão!” Bem o sei, bem o sei, irmãos! Mas deixai que por ora seja assim, para que se cumpram as Novas Escrituras. Com os olhos inundados de mosto, lá vou continuar. Ora, a tal Maria lá concebeu da maneira que ela muito bem sabia. E quem acalentar algumas dúvidas a este respeito que leia o Iluminado Livro desse magnífico Agricultor de Ideias latino (séc. II da era anterior ao Novo Arrebento), Celsus: “ADVERSUS CRISTIANUM” (“Contra os Cristão”). Mas, encaremos a questão sob outro prisma. Concebamos a absurda hipótese daquela mulher ter, efectivamente, engravidado por obra e graça do tal pseudo-espírito santo, numa palavra, por deus. Então o pobre pesudo-pai deste triste tigre foi traído pelo próprio deus em pessoa. Como pode isso ser, senhores? Então o deus dos cristãos gosta de entrar dentro das mulheres que não lhe pertencem, para engravidá-las sem o consentimento dos seus legítimos maridos? Que deus será este? Uma ignomínia horrível, isso sim! Uma aberrante realidade inconcebível! Que lindo! O deus cristão: um ser libertino, que deixa a cabeça dos pobres homens que trabalham (não esqueçamos que o tal Zé era carpinteiro, esse sim que trabalhou com o devido respeito as divinas coisas da Natureza, ou seja, a madeira!), deveras pesada. Todo este assunto é absurdo em si mesmo e não merece sequer um segundo do nosso Redimido Tempo. Por isso, deixemos tão elevadas problemáticas à consideração dos tão distintos e pseudo-iluminados cristãos. Assim, em verdade, em verdade, vos digo! Cristo e tudo o que a ele diz respeito, não passa de um gravoso embuste cultural. Se Eu não me tivesse Vindo, morreríeis na cristã estupidez das coisas, ou seja, na estupidez de acreditardes em realidades próprias de criancinhas que não sabem juntar o “a” ao “b” e vice-versa. O maior pecado desse tal cristo foi, no meu profético entender, e pelos vistos confirma-se, ter supostamente andado por aí a falar de um ser que não existe, deus, como aliás já sabeis. E se existe, nunca poderia ser como ele o pregou, de uma forma tão atrasadinha. Enfim, coisas de judeus!… Se algum deus existe, esse chama-se, inequivocamente, Terra-Natureza-Trabalho Agrícola Três vezes Amen pela Santa Agricultura. Amen! Amen! Amen! Já está!… Em suma, cristo e tudo o que se diz que ele disse, cristianices, não passa de uma indegistível mentira. No entanto, é necessário voltarmos ao início, para dizer que, se é verdade que ele disse muitas coisas que se referiam à agricultura, como por exemplo: “Tudo no reino dos céus é à semelhança do agricultor”, “O que semeardes é o que ireis colher” e “Olhai os lírios do campo”, então diremos que as palavras que nos ficaram são infinitamente mais importantes do que a vida de tal senhor e tudo o que a ela se pseudo-refere. Elas não foram mais, e vejo isto com uma clarividência quase insuportável, do que um prenúncio da Minha Mensagem. Esse tal cristo anunciou a Minha Vinda, senhores! Ele foi, sem tirar nem pôr, o meu João Baptista. Bem-dito sejas por isso, misterioso e indecifrável judeu barbudo! Que a Natureza nunca se esqueça de ti e, acima de tudo e todos, de Mim, que vim cumprir algumas das coisas que disseram que disseste. Amen

O Tempo que vou coube viver, ó humanidade, é Maravilhoso, porque EU… ESTOU ENTRE VÓS e…, um dia destes, convidar-vos-ei para o meu Último Banquete!
Amen!

Os 5 Pecados Mortais da Agricultura ou O Pentagrama do Mal
(VIATICUM do Quinto Evangelho)

1. Falta de gula.
2. Falta de luxúria agrícola.
3. Falta de amor à fertilização das realidades procriadas.
4. Falta de amor à enxada, ou seja, amor-próprio.
5. Falta de espírito estrumado.
Amen.


As Novas Bem-Aventuranças ou As Bem-Aventuranças da Ingrícola

Amen.
1. Bem-aventurados os de coração estrumado, pois deles será o Reino das Videiras.
2. Bem-aventurados os de coração bovino, pois deles será o Reino da Charrua.
3. Bem-aventuradas aquelas que se transformaram em vaca, pois delas será o Reino da Ordenha.
4. Bem-aventurados os tansos, pois deles será o Reino da Conversão.
5. Bem-aventurados os hipócritas, porque ainda estão a Tempo.
6. Bem-aventuradas as patas-chocas, porque delas será o Reino da Poedeira.
7. Bem-aventurados todos os bichinhos, porque deles será o Reino da Liberdade Agrícola.
8. Bem-aventurados os que recebem as Novas Bem-Aventuranças.
9. Bem-aventurados os que não recebem as Novas Bem-Aventuranças.
10. Bem-aventurado seja Eu, ACIMA DE TUDO E TODOS, pois que vos Bem-Aventuro.
Amen.



Poema Grandíloquo em Estilo Iluminado
(Para que a humanidade entenda, de uma vez por todas, que Eu sou o Tal)

Amen
as vossas palavras oleosas
já não fritam as batatas
da Minha Felicidade
ó vida sem Agricultura!… ó vida sem Vida!…
nem os vossos braços em cruz
Me transportam ao nada
porque não quero!
antes a morte…
tudo se desfez!… tudo desfiz
num puré vitaminado
estrumado e iluminado trinitariamente
para que a humanidade se redimisse
nos grandiosos braços de Profeta
que o Meu corpo
com humilde orgulho
ostenta
Amen “


Redentor FREDERICUS AUSTRALOPITECUS
(Profeta da Agricultura, séc. I do Novo Arrebento – correspondente ao séc. XXI do Antigo e Falso Advento),
Quinto Evangelho,
(versão portuguesa obrada pelo
Sr. Dr. Octacílio Hortelão de Pina
(a partir do original em egípcio hieroglífico),
Editora “A Nova Verdade”, Manila,
1.ª Edição (Esgotada).

Informa-se os avisados leitores que existem igualmente
traduções deste Livro Sagrado nas seguintes línguas,
(mas, infelizmente, encontram-se todas elas esgotadas, de momento):
Assírio, Hebraico, Árabe, Grego Clássico, Latim Medieval, Sânscrito,
Húngaro, Polaco, Sérvio e Finlandês.
As versões espanhola, italiana, inglesa, francesa e alemã
estão no prelo.






Próximas Publicações da Editora “A Nova Verdade”

Obras do Profeta Fredericus Australopitecus:

Eu sou O Senhor dos Milagres (666 páginas iluminadas – obra messiânico-agrícola – edição limitada),
O Verdadeiro Instrumento do Milagre: a Enxada (667 páginas iluminadas – obra messiânico-agrícola – edição limitada),
Chove na minha Horta (69 páginas iluminadas – livro de poemas – edição limitada),
Estou Sabiamente Triste – Confissões de um Profeta à beira da Divina Tristeza (668 páginas iluminadas – obra messiânica – edição limitada),
Da Virtude do Cultivo das Favas ou A Destruição do Pitagorismo (669 páginas iluminadas – obra filosófico-agrícola – edição limitada).

Mais se informa que todos poderão adquirir estas obras pela módica quantia de 1879 Euros e 25 Cêntimos cada.
Aceitam-se encomendas por cobrança postal.
Por isso, não percam tempo e…
escrevam.

terça-feira, 25 de abril de 2006

III SIMPOSIUM INTERNACIONAL
LÍNGUA PORTUGUESA : DIÁLOGO ENTRE CULTURAS

A VIAGEM NA LITERATURA




8 de Maio : segunda-feira

9.00 h : Inscrição e Distribuição de Pastas

9.30 h : Sessão de Abertura
Apresentação de Os Pequenos Violinos

10.00 h : Alocução da Presidente do Conselho Directivo da EPM-CELP

10.10 h : Mensagem da Associação Portuguesa de Escritores

10.15 h : Mensagem da Associação de Escritores Moçambicanos

10.20 h : Discurso de Sua Excelência o Embaixador de Portugal

10.30 h : Conferência
Professor Doutor Fernando Cristóvão
Alguns Aspectos Eufóricos das Narrativas de Viagens : as Flores, os Frutos,as Plantas Curativas

10.45 h : pausa para café

10.55 h : Actuação do coro Majescoral

11.10 h : Sessão de apresentação da obra, Dicionário Temático da Lusofonia

12.00 h : Inauguração da Feira do Artesanato & Capulana



Presidência da Mesa : Ernesto Rodrigues
14.00 h : Maria Manuel Seno
Ilha do Ibo : uma Viagem pela História


14.15 h : Fernando Capão
Viajar em Português no Extremo Sul de África


14.30 h : Marcos Abílio Nhapulo
Viagens na Literatura Italiana : o caso de La Trégua de Primo Levi

14.45 h : pausa para café

Presidência da Mesa : Juvenal Bucuane
15.00 h : Vítor Roque
Caminhando por África

15.15 h : Rogério Manjate
Uma Viagem na Asa Poética de Manoel de Barros

15.30 h : Rosa Alice Dixe
O Olhar Navegante da Feiticeira Cotovia – A Madona : Uma Viagem da
Libertação do Feminino ?

15.45 h : Marina Deus e Raquel Jordão
O Povoamento do Nosso Imaginário



9 de Maio : terça-feira


9.15 h : Intervenção Musical : Orquestra de Orff , da EPM-CELP

Presidência da Mesa : Fernando Cristóvão
9.30 h : José Correia Tavares
Viajar com a Poesia


9.45 h : Ana Cristina Alves
As Viagens Espirituais


10.00 h : Luís Carlos Patraquim
Viagem ao Redor da Língua, entre o Chamanculo e a Polana

10.15 h : Recital de Poesias dedicadas ás Viagens, pelos Alunos do 12º D


10.50 h : pausa para café



Presidência da Mesa : Teresa Martins Marques
11.00 h : Ernesto Rodrigues
Por Terra, Mar e Ar : da Viagem à Vertigem

11.15 h : Calane da Silva
Uma Viagem de Riso e Tragédia por um País à Beira do Abismo
(A propósito de o Último Voo do Flamingo, de Mia Couto)

11.30 h : Fernando António de Almeida
António de Faria : contributo para a ressurreição de um corsário

11.45 h : Francisco Belard
A Viagem na Literatura

14.00 h : Visita ao Centro Cultural de Matalana
Diálogo com Malangatana e outros Artistas
Lançamento de uma Colecção de Postais
Apresentação de t-shirts com desenhos de Malangatana



10 de Maio : Quarta-Feira


9.00 h : Actuação da Tuninha da EPM-CELP



Presidência da Mesa : José Correia Tavares
9.15 h : Teresa Martins Marques
A Viagem em David Mourão-Ferreira e José Rodrigues Miguéis : Os
Caminhos da Libertação

9.30 h : Júlio Conrado
História de uma Não Viagem ( sobre um Conto de Maria Judite de
Carvalho)

9.45 h : Maria do Carmo Vieira
Digam o que é que Viram

10.00 h : Juvenal Bucuane
A Viagem na Obra Literária

10.15 h : pausa para café


Presidência da Mesa : Ana Cristina Alves
10.30 h : Judite Santos
A Viagem como Factor de Multi-Culturalidade na Formação das
Cidades de Moçambique : uma abordagem urbanística, paisagística e
Arquitectónica

10.45 h : Ilídio Matsinhe
Do Imaginário ao Histórico

11.00 h : António Cabrita
A (Im)possível Viagem da Poesia

11.15 h : Sara Teixeira
A Ilha de Moçambique : Memórias de Viajantes

11.30 h : Miguel Gullander
A Literatura Como Viagem Ritual : a Balada do Marinheiro-de-Estrada


11.45 h : António Aresta
Uma Educação Real : A Viagem de Aires de Ornelas e do Príncipe
D.Luiz Filipe de Bragança a Moçambique em 1907



14.00 h : Mesa-Redonda : Lusofonia & Língua Portuguesa
Moderadores : Fernando Cristóvão e Calane da Silva

15.30 h : Lançamento das ACTAS do II Simposium
Lançamento do livro , A Instrução Pública em Moçambique.Sua Evolução,
de Luís Moreira de Almeida

15.45 h : Sessão de Encerramento
Conclusões


Coordenação Geral : Albina Santos Silva e António Aresta

Coordenação em Portugal : Júlia Nery
Secretariado : Pedro Bugarin , Teresa Noronha, Luísa Muge
Supervisão Logística : Centro de Formação & Centro de Recursos Educativos



Organização
Escola Portuguesa de Moçambique-Centro de Ensino e Língua Portuguesa
Avenida do Palmar, Nº 562
Caixa Postal 2940
Maputo – Moçambique
Telefone : 0025821481300
Fax : 0025821481343
mail : epm-celp@edu-port.ac.mz
site : www.edu-port.ac.mz
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O 25 DE ABRIL E A HISTÓRIA


Se alguém quisesse acusar os portugueses de cobardes, destituídos de dignidade ou de qualquer forma de brio, de inconscientes e de rufias, encontraria um bom argumento nos acontecimentos desencadeados pelo 25 de Abril.Na perspectiva de então havia dois problemas principais a resolver com urgência. Eram eles a descolonização e a liquidação do antigo regime.Quanto à descolonização havia trunfos para a realizar em boa ordem e coma vantagem para ambas as partes: o exército português não fora batido emcampode batalha; não havia ódio generalizado das populações nativas contra os colonos; os chefes dos movimentos de guerrilha eram em grande partehomens de cultura portuguesa; havia uma doutrina, a exposta no livro Portugal eo Futuro do general Spínola, que tivera a aceitação nacional, e poderiaservirde ponto de partida para uma base maleável de negociações. Aspossibilidadeseram ou um acordo entre as duas partes, ou, no caso de este não se concretizar, uma retirada em boa ordem, isto é, escalonada e honrosa.Todavia, o acordo não se realizou, e retirada não houve, mas sim uma debandada em pânico, um salve-se-quem-puder. Os militares portugueses,sem nenhum motivo para isso, fugiram como pardais, largando armas e calçado, abandonando os portugueses e africanos que confiavam neles. Foi a maior vergonha de que há memória desde Alcácer Quibir. Pelo que agora seconhece, este comportamento inesquecível e inqualificável deve-se a duas causas.Uma foi que o PCP, infiltrado no exército, não estava interessadonum acordo nem numa retirada em ordem, mas num colapso imediato quefizesse cair esta parte da África na zona soviética. O essencial era não dartempo de resposta às potências ocidentais. De facto, o que aconteceu nasantigas colónias portuguesas insere-se na estratégia africana da URSS, como os acontecimentos subsequentes vieram mostrar. Outra causa foi adesintegração da hierarquia militar a que a insurreição dos capitães deu início e que oMFA explorou ao máximo, quer por cálculo partidário, quer por demagogia, para recrutar adeptos no interior das Forças Armadas. Era natural que os capitães quisessem voltar depressa para casa. Os agentes do MFAexploraram ederam cobertura ideológica a esse instinto das tripas, justificaram honrosamente a cobardia que se lhe seguiu. Um bando de lebres espantadas recebeu o nome respeitável de «revolucionários». E nisso foram ajudadospor homens políticos altamente responsáveis, que lançaram palavras de ordemde capitulação e desmobilização num momento em que era indispensável mantera coesão e o moral do exército para que a retirada em ordem ou o acordofossempossíveis. A operação militar mais difícil é a retirada; exige em grau elevadíssimo o moral da tropa. Neste caso a tropa foi atraiçoada pelo seupróprio comando e por um certo número de políticos inconscientes ou fanáticos, e em qualquer caso destituídos de sentimento nacional. Não éao soldadinho que se deve imputar esta fuga vergonhosa, mas dos que desorganizaram conscientemente a cadeia de comando, aos que lançaram palavras de ordem que nas circunstâncias do momento eram puramente criminosas.Isto quanto à descolonização, que na realidade não houve. O outroproblema era da liquidação do regime deposto. Os políticos aceitaram e aplaudirama insurreição dos capitães, que vinha derrubar um governo, que segundoeles, era um pântano de corrupção e que se mantinha graças ao terror policial: impunha-se, portanto, fazer o seu julgamento, determinar as responsabilidades, discriminar entre o são e o podre, para que a nação pudesse começar uma vida nova. Julgamento dentro das normas justas,segundo um critério rigoroso e valores definidos.Quanto aos escândalos da corrupção, de que tanto se falava, o julgamento simplesmente não foi feito. O povo português ficou sem saber se asacusaçõesque se faziam nos comícios e nos jornais correspondiam a factos ou eram simplesmente atoardas. O princípio da corrupção não foi responsavelmente denunciado, nem na consciência pública se instituiu o seu repúdio. Não admira por isso que alguns homens políticos se sentissem encorajados a seguir pelo mesmo caminho, como se a corrupção impune tivesse tido a consagração oficial. Em qualquer caso já hoje não é possível fazer a condenação dos escândalos do antigo regime, porque outras talvez pioresos vieram desculpar.Quanto ao terror policial, estabeleceu-se uma confusão total.Durante longos meses, esperou-se uma lei que permitisse levar a tribunala PIDE-DGS. Ela chegou, enfim, quando uma parte dos eventuais acusadostinha desaparecido e estabelecia um número surpreendentemente longo deatenuantes,que se aplicavam praticamente a todos os casos. A maior parte dosjulgados saiu em liberdade. O público não chegou a saber, claramente; as responsabilidades que cabiam a cada um. Nem os acusadores ficaram livresda suspeita de conluio com os acusados, antes e depois do 25 de Abril.Havia, também, um malefício imputado ao antigo regímen, que era o doscrimesde guerra, cometidos nas operações militares do Ultramar. Sobre isto lançou-se um véu de esquecimento. As Forças Armadas Portuguesas foramalvo de suspeitas que ninguém quis esclarecer e que, por isso, setransformaram em pensamentos recalcados. Em resumo, não se fez a liquidação do antigo regímen, como não se fez a descolonização. Uns homens substituíramoutros, quando os homens não substituíram os mesmos; a um regímen onopartidário substituiu-se um regímen pluripartidário. Mas não se estabeleceu uma fronteira entre o passado e o presente. Os nossos homens públicos contentaram-se com uma figura de retórica: «a longa noite fascista». Com estes começos e undamentos, falta ao regime que nasceu do 25 de Abril um mínimo de credibilidade moral. A cobardia, a traição, airresponsabilidade, a confusão, foram as taras que presidiram ao seu parto e, com esses fundamentos, nada é possível edificar. O actual estado de coisas, em Portugal, nasceu podre nas suas raízes. Herdou todos os podres daanterior; mais a vergonha da deserção. E com este começo tudo foi possível depois, como num exército em debandada: vieram as passagens administrativas, sob capa de democratização do ensino; vieram «saneamentos» oportunistas e iníquios, a substituir o julgamento das responsabilidades; vieram osbandos militares, resultado da traição do comando, no campo das operações;vieram os contrabandistas e os falsificadores de moeda em lugares de confiança política ou administrativa; veio o compadrio quase declarado, nospartidos eno Governo; veio o controlo da Imprensa e da Radiotelevisão, pelo Governoe pelos partidos, depois de se ter declarado a abolição da censura; veio a impossibilidade de se distinguir o interesse geral dos interesses dosgruposde pressão, chamados partidos, a impossibilidade de esclarecer umcritério que joeirasse os patriotas e os oportunistas, a verdade e a mentira; veioo considerar-se o endividamento como um meio honesto de viver. Os cravos do25de Abril, que muitos, candidamente, tomaram por símbolo de uma primavera,fanaram-se sobre um monte de esterco.Ao contrário das esperanças de alguns, não se começou vida nova, mas rasgou-se um véu que encubra uma realidade insuportável. Para começar, escreveu-se na nossa história uma página ignominiosa de cobardia eirresponsabilidade, página que, se não for resgatada, anula, por si sótodoo heroísmo e altura moral que possa ter havido noutros momentos da nossa história e que nos classifica como um bando de rufias indignos do nome denação. Está escrita e não pode ser arrancada do livro. É preciso lê-lacom lágrimas de raiva e tirar dela as conclusões, por mais que nos custe.Começapor aí o nosso resgate. Portugal está hipotecado por esse débito moral, enquanto não demonstrar que não é aquilo que o 25 de Abril revelou. As nossas dificuldades presentes, que vão agravar-se no futuro próximo, merecemo-las, moralmente Mas elas são uma prova e uma oportunidade. Se formos capazes do sacrifício necessário para as superar, então poderemos considerar-nos desipotecados e dignos do nome de povo livre e de nação independente.
António José Saraiva

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Sessão Cultural de Inauguração da Exposição de Artes Plásticas “ Arte no Feminino”.

Estiveram presentes os seguintes grupos:



Os Pequenos Violinos



Grupo de dança Matalana



Coro da Escola

7 de Abril – Dia da Mulher Moçambicana

A Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa tem a honra e o prazer de apresentar a exposição Colectiva de Artes Plásticas “ Arte no Feminino” , que conta com obras de pinturas de oito mulheres de Moçambique.

A ideia que ora se concretiza enquadra-se nos objectivos magnos que norteiam esta instituição Educativa, promovendo uma formação abrangente em múltiplos domínios, no sentido de dotar os nossos alunos de competências pluridimensionais nas vertentes cientificas e técnica, moral e ética, e, artística.

A educação artística assume, portanto, um papel chave, no exercício de uma pedagogia globalizante, para aprender a ser-se Cidadão, proporcionando uma formação mais rica, responsável e autónoma.

Esta exposição, que abrimos aos olhos de todos quantos convivem diariamente na EPM-CELP, atravessa o espaço e o tempo.
A dimensão espacial é simbolizada na diversidade cromática e “ estilística” que traduz as identidades individuais.
A dimensão temporal esta na experiência artística e no renome nacional e internacional de umas, complementando-se com horizontes artísticos em crescimento, de outras.

“ Arte no feminino” lembra assim as mulheres, todas as mulheres, que no dia a dia constroem o futuro de Moçambique.

Algumas das obras expostas:


Vania Lemos - s título, 82 x 73 colagem, 2004




Cármen Muianga - s titulo, colagem, 84 x 60 2005

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Equamat 8º e 9º EPM-CELP


No próximo dia 06 de Abril, na EPM-CELP bravos e valorosos jovens, bater-se-ão entre si, utilizando armas de destruição massiva (esperemos que a CIA não veja este blogue!), para saberem quem serão os felizes contemplados, não a ganhar uma coroa de louros (os Gregos e os Romanos eram mesmo uns líricos!), mas um prémio bem mais apetecível - uma semana de intensa loucura em Portugal, a esgrimir teoremas, conjecturas, axiomas, proposições, enfim uma panóplia de maravilhas (ao nível das outras sete, quase que me atreveria a dizer), para que demonstrem em Maio, entre mais de quatro mil alunos o orgulho de ser um aluno da EPM!
Para quem ainda não percebeu nada, estou a falar-vos do torneio matemático on-line que envolverá os alunos dos 8º e 9 º anos de escolaridade, que decorrerá no último dia de aulas do 2º período, 06 de Abril e que apurará os representantes da EPM-CELP na final do Equamat a decorrer no dia 03 de Maio, no "Coliseu" do campus universitário da Universidade de Aveiro.
A todos os que vão tentar a sua Sorte, faço votos de que tenham delineado a melhor estratégia de combate, tal e como o Songuku e seus comparsas faziam. Aproveitando a deixa, apelo a todos para que não percam o próximo episódio, porque nós também não!

Processo de destilação simples.



nota: click na imagem para a ver no tamanho original!