quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Natal

A EPM - CELP deseja a toda comunidade educativa e a todos os leitores deste blog um feliz natal e um próspero ano novo.


sábado, 1 de dezembro de 2007

1 de Dezembro de 1640 - Restauração da independência de Portugal


Comemora-se em Portugal, no dia 1 de Dezembro, a Restauração da independência do país, facto único na história portuguesa.
Não obstante a perda da independência ter sido quase uma realidade entre 1383 e 1385, devido à crise provocada pela sucessão de D. Fernando, a verdade é que o sentimento nacionalista prevaleceu sobre o maior poderio militar do exército castelhano e a Batalha de Aljubarrota tornou-se um marco incontornável da história portuguesa.
Ora, entre 4 de Agosto de 1578, data do desaparecimento de D. Sebastião, e 1580, ano da morte do cardeal D. Henrique, foi precisamente o desvirtuamento dos valores que consagram a individualidade de uma nação o móbil que levou a um desfecho diametralmente oposto ao registado naquele período mais recuado. De facto, perante uma nova crise sucessória, já que D. Sebastião e o cardeal D. Henrique não tinham descendência (o primeiro por descuido político, o segundo por ser um membro da Igreja), os aliciamentos de vária ordem feitos pelos espanhóis aos grupos privilegiados da nação portuguesa foram mais fortes que o sentimento nacionalista, que apenas no povo continuava presente. Não admira, por isso, que nas Cortes de Tomar, de 1581, Filipe II, de Espanha, tenha tomado posse como rei de Portugal, com o título de D. Filipe I, pondo fim à Dinastia de Avis e inaugurando uma nova Dinastia, a Filipina.
Nas Cortes, o novo rei afirmou a união dinástica, embora jurando alguma autonomia para Portugal, cumprida no início do seu reinado, embora no final do mesmo, e já marcadamente com os seus sucessores, Filipe II e Filipe III, de Portugal, a situação já resvalasse para uma tirania, com o propósito último de apagar os privilégios anteriormente jurados, e levar Portugal, para além da unidade dinástica, à unificação institucional.
Perante esta situação, a nobreza e o clero (e também a burguesia) começaram a ver que tinham caído num engodo e, aos poucos, o sentimento nacionalista sobe das camadas populares para as camadas superiores da sociedade portuguesa. O clero começa a mover influências, a nobreza arquitecta a revolta e o povo conferirá massa humana à mesma. Rodeada de problemas político-económicos, internos e externos, com apenas uma representante do rei a governar o reino português, a duquesa de Mântua, a Espanha de 1640 torna-se um alvo relativamente fácil para uma bem estruturada revolta portuguesa, que tinha como objectivo a restauração da independência do país.
Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, e já depois de se ter convencido o duque de Bragança, D. João, a assumir os destinos do país, um grupo de destacados nobres portugueses introduz-se no Paço da Ribeira, residência oficial da duquesa, manieta os soldados reais e vem à varanda principal proclamar D. João como novo rei de Portugal. Terminava, assim, o domínio espanhol sobre Portugal, tendo a revolução sido recebida pela população portuguesa com enorme júbilo. D. João fica com o título de D. João IV e inaugura-se uma nova Dinastia, a de Bragança.
Espanha não se dá por vencida e durante vinte e oito anos irá tentar pôr fim à revolução. Contudo, sem forças para acorrer a mais este problema, não lhe restará outra alternativa senão aceitar os factos e, a 13 de Fevereiro de 1668, é assinado o Tratado de Lisboa, entre D. Afonso VI de Portugal e Carlos II de Espanha, que põe fim à Guerra da Restauração e regista o que na prática já se tinha efectivado a 1 de Dezembro de 1640, a restauração da independência de Portugal.


A Área Disciplinar de História