sexta-feira, 31 de março de 2006



F E R N A N D O P E S S O A
Três Meditações extraídas do Livro do Desassossego



A Escola Portuguesa de Moçambique-Centro de Ensino e Língua Portuguesa prestou uma singela homenagem a Fernando Pessoa, em Novembro de 2005 , descerrando o seu busto , da autoria de Gilberto Leal, numa das áreas nobres da Instituição Educativa , num acto solene presidido pelo Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Educação, Professor Doutor Jorge Pedreira.
Fernando Pessoa é uma figura tutelar da cultura portuguesa pelo que gostaria de deixar três preocupações substantivas para meditação, extraídas todas elas do Livro do Desassossego ( Assírio & Alvim, edição de Richard Zenith, Lisboa, 5ª edição, 2005 ) :



1ª : “(…..) Transeuntes eternos por nós mesmos, não há paisagem senão o que somos. Nada possuímos, porque nem a nós possuímos. Nada temos porque nada somos. Que mãos estenderei para que universo ? O universo não é meu : sou eu. “ (p. 145).

2ª : “(….) Na vida de hoje, o mundo só pertence aos estúpidos, aos insensíveis e aos agitados. O direito a viver e a triunfar conquista-se hoje quase pelos mesmos processos por que se conquista o internamento num manicómio : a incapacidade de pensar, a amoralidade e a hiperexcitação. “ (p. 188).

3ª : “(….) Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo.” (p. 391).




Texto colocado pelo Professor António Aresta ( Centro de Formação da EPM-CELP ), Março de 2006.

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