sábado, 4 de outubro de 2008

5 de Outubro de 1910 - O dia da implantação da República em Portugal


Nas últimas décadas do século XIX sentia-se, por todo o País, o descontentamento da população.
A maioria do povo português continuava a viver com grandes dificuldades. Aqueles que já antes eram pobres - operários, agricultores e outros trabalhadores rurais – estavam cada vez mais pobres, e só os que já eram muito ricos conseguiam aumentar a sua fortuna.
Esta situação provocava grande agitação e mal-estar. A humilhação gerada pelo Ultimato inglês tinha originado uma onda de indignação contra o rei, acusado de fraqueza, cobardia e traição. Os sucessivos governos da monarquia liberal mostraram-se incapazes de melhorar as condições de vida da população.
E, em 1876, formou-se um novo partido, chamado "partido republicano". Os republicanos achavam que à frente do País não devia estar um rei, o qual nem sempre tinha as capacidades necessárias para o cargo, mas sim um presidente eleito pelos Portugueses e que governasse só durante alguns anos. Consideravam, portanto, que a forma de governo do País tinha de ser alterada. A monarquia devia ser substituída por uma república.
Em 1908 activistas republicanos assassinaram o rei D. Carlos e o príncipe D. Luís Filipe. A monarquia entrava em agonia.
A revolução republicana iniciou-se em Lisboa, na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910. Foi a primeira grande revolução portuguesa do século XX. O movimento revolucionário partiu de pequenos grupos de conspiradores: membros do exército e da marinha (oficiais e sargentos), alguns dirigentes civis e grande número de populares armados. Apesar de alguma resistência e alguns confrontos militares, o exército fiel à monarquia não conseguiu organizar-se de modo a derrotar os revoltosos. A revolução saiu vitoriosa. Na manhã do dia 5 de Outubro de 1910, José Relvas e outros membros do Directório do Partido Republicano Português, à varanda da Câmara Municipal de Lisboa e perante milhares de pessoas, proclamaram a República.
No mesmo dia, o rei D. Manuel II e a família real embarcaram na praia da Ericeira com destino a Gibraltar. O último rei de Portugal seguiu depois para o seu exílio na Inglaterra.
Acabavam, assim, mais de sete séculos de monarquia em Portugal.


O Grupo Disciplinar de História

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