Uma instituição de referência em Moçambique, a Escola Portuguesa de Maputo comemora sexta-feira 10 anos de olhos postos num futuro com mais infra-estruturas, mais alunos e ainda melhor aproveitamento.
Situada numa zona da capital moçambicana perto do mar, a Escola Portuguesa é um grande complexo de ensino que comporta 1.310 alunos e 108 professores, além de mais de 80 trabalhadores administrativos e auxiliares.
Tida como uma instituição de referência em Maputo, a escola é dirigida por Dina Trigo de Mira, que quer a curto prazo cobrir o campo de jogos e construir um refeitório, como explica à Agência Lusa.
Criada ao abrigo do acordo de cooperação entre Portugal e Moçambique assinado em 1995 e revisto em 2008 (ratificado este mês pelo Governo moçambicano) e inaugurada em Novembro de 1999, a Escola Portuguesa recebe 2,3 milhões de euros do Orçamento de Estado de Portugal e obtém mais 1,4 milhões de receitas próprias.
“Não há obrigatoriedade de uma escola que depende do Ministério da Educação (de Portugal) ser gratuita. O Orçamento Geral do Estado paga parte dos vencimentos, mas tudo o resto vem de proventos próprios”, explica a directora à Lusa.
Apesar de ser uma escola paga, adiantou que praticamente está cheia e que “este ano já houve alguma dificuldade no primeiro ciclo, com um ou outro aluno que não conseguiu entrar”.
“Tem havido um aumento da procura e vai chegar uma altura em que há um limite”, diz Dina Trigo de Mira, orgulhosa de uma escola considerada de referência, onde os alunos “se sentem bem”.
Com espaços verdes e iniciativas a decorrer todos os dias, a Escola Portuguesa diferencia-se das escolas públicas de Maputo, onde cada turma tem o dobro ou o triplo dos alunos.
Na escola convivem diariamente 21 nacionalidades. “O número de alunos de origem portuguesa e moçambicana está muito equilibrado, depois surge a brasileira, inglesa, alemã…”
“É uma mais valia da escola, um espaço com variadíssimas crenças e religiões, e todos aqui se respeitam, quebrando preconceitos relativamente ao conhecimento do outro. É como se uma parte do mundo estivesse aqui. Todos falam a mesma língua, todos se respeitam”, diz Dina Trigo de Mira.
As crianças entre os três e os 17 anos seguem o currículo português com algumas adaptações a Moçambique, por exemplo na disciplina de História (onde aparece mais a História de Moçambique do que nas escolas em Portugal).
Com a dança, o judo, o xadrez ou a natação no currículo da Escola, há ainda aulas, facultativas, de violino, piano ou viola ou até um jornal feito pelos alunos, edição de livros e a formação de professores, segundo um acordo de cooperação com o Governo de Moçambique.
Quando em Moçambique se debate a assustadora percentagem de reprovações nas escolas públicas, Dina Trigo de Mira não fala de percentagens na Escola Portuguesa. Mas garante que uma das metas é melhorar o desempenho escolar.
No último ranking divulgado pela Agência Lusa em Outubro, a Escola portuguesa de Maputo, com uma média de 10,51, ocupava o lugar 356 entre mais de 600 escolas nacionais, públicas e privadas.
Entre os estabelecimentos de ensino portugueses no estrangeiro, a de Maputo está no segundo lugar, depois de Macau.
Agência Lusa
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Escola Portuguesa comemorou 10 anos
Publicado por Alexandre Areias às 11:50
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4 comentários:
A Agencia LUSA,por engano,chamou Escola Portuguesa de Maputo à Escola Portuguesa de Moçambique-CELP. Entretanto, foi, na altura, solicitado ao seu delegado a respectiva correcção.
Acabei de descobrir o vosso blogue,
PARABÉNS!
Caro Alexandre,
"Descobri" o blog da Escola Portuguesa de Moçambique ao pesquisar sobre o Dia dos Herois Moçambicanos. Inclusive aproveitei o teu post na materia que fiz no dia 3 de fevereiro passado colocando-o como hiperlink.
Gostei muito do "Escola Portuguesa", tanto que já me inscrevi como seguidor pois pretendo colocar fatos e historias dos paises africanos no meu blog. A comunidade portuguesa que acessa o "Oficina de Gerencia" (estás convidado a fazê-lo também) é a primeira em numero de visitas, exceção feita aos brasileiros. Tenho alguns leitores de Angola, Cabo Verde e Moçambique também. Mas são poucos.
Aguardo-te com um largo abraço do lado de cá do oceano.
Até breve.
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