quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Escola Portuguesa comemorou 10 anos

Uma instituição de referência em Moçambique, a Escola Portuguesa de Maputo comemora sexta-feira 10 anos de olhos postos num futuro com mais infra-estruturas, mais alunos e ainda melhor aproveitamento.

Situada numa zona da capital moçambicana perto do mar, a Escola Portuguesa é um grande complexo de ensino que comporta 1.310 alunos e 108 professores, além de mais de 80 trabalhadores administrativos e auxiliares.

Tida como uma instituição de referência em Maputo, a escola é dirigida por Dina Trigo de Mira, que quer a curto prazo cobrir o campo de jogos e construir um refeitório, como explica à Agência Lusa.

Criada ao abrigo do acordo de cooperação entre Portugal e Moçambique assinado em 1995 e revisto em 2008 (ratificado este mês pelo Governo moçambicano) e inaugurada em Novembro de 1999, a Escola Portuguesa recebe 2,3 milhões de euros do Orçamento de Estado de Portugal e obtém mais 1,4 milhões de receitas próprias.

“Não há obrigatoriedade de uma escola que depende do Ministério da Educação (de Portugal) ser gratuita. O Orçamento Geral do Estado paga parte dos vencimentos, mas tudo o resto vem de proventos próprios”, explica a directora à Lusa.

Apesar de ser uma escola paga, adiantou que praticamente está cheia e que “este ano já houve alguma dificuldade no primeiro ciclo, com um ou outro aluno que não conseguiu entrar”.

“Tem havido um aumento da procura e vai chegar uma altura em que há um limite”, diz Dina Trigo de Mira, orgulhosa de uma escola considerada de referência, onde os alunos “se sentem bem”.

Com espaços verdes e iniciativas a decorrer todos os dias, a Escola Portuguesa diferencia-se das escolas públicas de Maputo, onde cada turma tem o dobro ou o triplo dos alunos.

Na escola convivem diariamente 21 nacionalidades. “O número de alunos de origem portuguesa e moçambicana está muito equilibrado, depois surge a brasileira, inglesa, alemã…”

“É uma mais valia da escola, um espaço com variadíssimas crenças e religiões, e todos aqui se respeitam, quebrando preconceitos relativamente ao conhecimento do outro. É como se uma parte do mundo estivesse aqui. Todos falam a mesma língua, todos se respeitam”, diz Dina Trigo de Mira.

As crianças entre os três e os 17 anos seguem o currículo português com algumas adaptações a Moçambique, por exemplo na disciplina de História (onde aparece mais a História de Moçambique do que nas escolas em Portugal).

Com a dança, o judo, o xadrez ou a natação no currículo da Escola, há ainda aulas, facultativas, de violino, piano ou viola ou até um jornal feito pelos alunos, edição de livros e a formação de professores, segundo um acordo de cooperação com o Governo de Moçambique.

Quando em Moçambique se debate a assustadora percentagem de reprovações nas escolas públicas, Dina Trigo de Mira não fala de percentagens na Escola Portuguesa. Mas garante que uma das metas é melhorar o desempenho escolar.

No último ranking divulgado pela Agência Lusa em Outubro, a Escola portuguesa de Maputo, com uma média de 10,51, ocupava o lugar 356 entre mais de 600 escolas nacionais, públicas e privadas.
Entre os estabelecimentos de ensino portugueses no estrangeiro, a de Maputo está no segundo lugar, depois de Macau.

Agência Lusa