terça-feira, 30 de setembro de 2008

Abertura do V Simposium de Língua Portuguesa


Começou ontem o V Simposium da Língua Portuguesa. Pode consultar os resumos das conferências aqui.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

25 de Setembro de 1964 - O Início da luta armada

Passaram-se quarenta e quatro anos sobre os acontecimentos que marcaram o início da guerra que, em Moçambique, pôs em confronto as Forças Armadas Portuguesas e a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique).
Guerra Colonial / Luta de Libertação, são duas das designações usadas para esse período histórico que vai de 1964 a 1974. Questões como esta (da designação, por exemplo) tornam difícil a tarefa do historiador. É que há sempre várias versões para narrar o mesmo acontecimento.
Sobre este período há numerosas fontes, das duas partes envolvidas. Umas já podem ser consultadas, outras ainda não, mas já foram produzidos numerosos artigos, livros, filmes e documentários, com depoimentos de quem viveu “na primeira pessoa” esse conflito. Cabe a cada um de nós fazer uma análise cuidada de toda a informação a que tem acesso não esquecendo que primeiro é preciso conhecer as “várias versões” e só depois se tiram as conclusões.
Achamos importante começar por lembrar o contexto histórico que conduziu a esse período tão conturbado, para os povos português e moçambicano, dado que envolveu numerosas mortes, casos de invalidez, perdas materiais avultadas, entre outros aspectos que afectaram a vida económica, social, cultural e política.
Com o fim da 2ª Guerra Mundial e a aprovação da Carta das Nações Unidas as várias potências coloniais europeias encetaram, de forma mais ou menos pacífica, a via da negociação e da transferência de poderes – o processo de descolonização.
Em Portugal, o Estado Novo de Salazar viu-se obrigado a rever a sua política colonial o que resultou num conjunto de reformas que acabaram por não ter grande impacto em Moçambique. Na prática, visavam sobretudo atenuar as pressões internacionais e calar as vozes que, tanto em Portugal como em Moçambique (e outras colónias), exigiam uma solução para a questão colonial. Salazar, apesar das várias pressões, conseguiu manter uma política isolacionista, profundamente centralizadora e integracionista.
Por toda a África crescia, desde o início da década de cinquenta, o clima anti-colonial. Em Moçambique e outros países africanos, assim como em Portugal e França, formaram-se várias associações de moçambicanos, geralmente ao redor dos mais escolarizados, que exerciam uma grande influência sobre a juventude e grupos socioprofissionais. Da congregação dessas associações surgiu a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), fundada em 25 de Junho de 1962 sob a presidência de Eduardo Mondlane. A estratégia adoptada consistiu em unir todas as forças nacionalistas para lutar pela independência de Moçambique.
Depois de dois anos de preparação político-militar no exterior do território, a Luta Armada de Libertação Nacional teve o início simbólico a 25 de Setembro de 1964, com o ataque, dirigido por Alberto Joaquim Chipande, ao Posto Administrativo de Chai, na província setentrional de Cabo Delgado, acompanhado de uma proclamação solene de desencadeamento da guerra.
O Grupo Disciplinar de História da EPM-CELP

Programa Simposium



Increva-se aqui

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Visita ao Navio Escola Sagres


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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Dia do Diploma

No âmbito da comemoração do "Dia do Diploma", de acordo com o Despacho do Ministério da Educação nº 20513/2008 de 5 de Agosto, a EPM-CELP vem, por este meio, convidar todos os alunos que terminaram o Ensino Secundário no ano lectivo 2007/2008, para estarem presentes na cerimónia de entrega do Prémio de Mérito e dos Diplomas de final do Ensino Secundário. A cerimónia será presidida por Sua Exa. o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Prof. Doutor Augusto Santos Silva, e terá lugar no dia 12 de Setembro, pelas 10:00 horas, no Auditório Carlos Paredes.
Na impossibilidade do aluno comparecer, o referido diploma será entregue ao respectivo Encarregado de Educação.

A Presidente do Conselho Directivo
Dina Trigo de Mira

(TI)NYANGA - Encarnação de Histórias e Memórias.


terça-feira, 9 de setembro de 2008

O Acordo de Lusaka - 7 de Setembro de 1974


Na sequência dos acontecimentos do 25 de Abril de 1974 em Portugal, que entre outros aspectos conduziu à descolonização, reuniram de 5 a 7 de Setembro do mesmo ano, em Lusaka, Zâmbia, as delegações da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), em representação do Povo Moçambicano, e o Governo Português, chefiadas respectivamente por Samora Machel e Ernesto Augusto Melo Antunes.
As conversações acordaram princípios que abriram uma nova página na história das relações entre os dois países.
Entre os princípios então acordados, importa destacar:
-A indicação da data da independência de Moçambique para 25 de Junho de 1975, dia do aniversário da fundação da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).
- A transferência de poderes, pelo que foi criado o Governo de Transição, sob a direcção de um Primeiro-Ministro, Joaquim Alberto Chissano, coadjuvado por nove Ministros. A saber: Ministro da Administração Interna, Armando Emílio Guebuza; Ministro da Justiça, Rui Baltazar dos Santos Alves; Ministro da Coordenação Económica, Mário Fernandes da Graça Machungo; Ministro da Informação, José Óscar Monteiro; Ministro da Educação e da Cultura, Gideon Ndobe; Ministro do Trabalho, Mariano de Araújo Matsinha; Ministro das Comunicações e Transportes, Alcântara Santos; Ministro da Saúde e Assuntos Sociais, António Paulino; e Ministro das Obras Públicas e Habitação, Eugénio Picolo. De referir que os primeiros seis Ministros foram propostos pela delegação moçambicana e os restantes três pela portuguesa.
- O estabelecimento e desenvolvimento de laços de amizade e cooperação construtiva entre os respectivos povos, nomeadamente nos domínios cultural, técnico, económico e financeiro, numa base de independência, igualdade, comunhão de interesses e respeito da personalidade de cada povo.
- Uma acção concertada para eliminar todas as sequelas do colonialismo e criar uma verdadeira harmonia racial, onde a definição de moçambicano não se definiria pela cor da pele mas pela identificação voluntária com as aspirações da Nação Moçambicana.
Foi no espírito destes nobres princípios que a Frente de Libertação de Moçambique e o Governo Português se felicitaram pela conclusão deste Acordo.
Por este dignificante percurso dos dois países e povos queremos dizer: bem hajam os obreiros do Acordo de Lusaka de 7 de Setembro de 1974!

O Grupo Disciplinar de História

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

V Simposium Internacional da Língua Portuguesa


Como é do conhecimento de todos, a chamada “aldeia global” em que se transformou o mundo por via das comunicações, da economia, da cultura, das migrações, criou uma situação de multiculturalidade e de coabitação com a alteridade.
Pessoas dos mais diversos países, com hábitos distintos, diferentes formas de pensar e estar no mundo, passaram a viver conjuntamente, embora em posições relativas diferentes. Nestes contextos as atitudes face à diferença variam de uma tolerância extrema (relativismo cultural) a uma crispação em torno das diferenças que traz à luz o retorno e a reinvenção das tradições ou a uma perda de identidade própria (assimilação).
As situações que daqui advêm podem ir de um diálogo amistoso ao confronto.
Face a isto como se posicionam os sistemas educativos? Como é que as práticas educativas têm em conta o contexto multicultural? Que experiências existem no campo da educação intercultural e multicultural e que diferenças existem entre estes dois conceitos? Que resultados se podem esperar em termos de cidadania dos vários tipos de modelo educativo, tendo em conta das diferenças culturais do mosaico que compõe as escolas de hoje? Reproduzirá a escola os estigmas sociais e económicos ou será um campo para esbater as diferenças de oportunidade dos diferentes cidadãos?
Qual o papel da(s) Arte(s), da(s) Literatura(s), da História numa perspectiva pedagógica de formação para a cidadania?
Qual a responsabilidade que cabe aos meios de comunicação social na difusão de mensagens de tolerância e de coabitação com a diferença?

Assim sendo e visto que a EPM-CELP é uma escola claramente multicultural, com alunos oriundos de 25 países, com diferentes credos religiosos e formas distintas de cultura, sugerimos que o tema do V Simposium, a realizar entre os dias 29 de Setembro e 1 de Outubro seja:“ Educação Intercultural: Reflexões e Práticas”