sábado, 8 de novembro de 2008

Dia 10 de Novembro-Dia da Cidade de Maputo

Em mapas datadas de 1502, já fazia parte a baía do Espírito Santo, hoje chamada de Maputo, e a cidade herdou o seu nome de Lourenço Marques, o primeiro navegador a fazer um reconhecimento profundo em 1544. Nas suas aventuras este navegador e explorador estabeleceu contactos e acordos com chefes locais, que permitiram criar as bases de comércio e os fundamentos para a presença dos portugueses no sul de Moçambique.

O território era maioritariamente habitado por falantes da língua tsonga a quem os portugueses chamavam de landis. O reino Nyaka cuja influência se estendia de Inhaca ao rio Maputo, área de grande actividade comercial, constituia uma das principais unidades políticas de então.

Ao longo dos tempos e em particular no século XVIII, o território foi palco de lutas pelo controlo do comércio de marfim que assumiram três níveis:

- lutas entre reinos locais como Nyaka, Machavene e Tembe, com a vitória deste último. Assim, Tembe manteve a hegemonia sobre o território, até a segunda metade do século XVIII, altura que foi substituído por reino Mabuto /Maputo.

-lutas entre reinos locais e povos estrangeiros, nomeadamente holandeses, austríacos, ingleses, ngunis, afrikaners e portugueses. Perante a ameaça destes povos, os estados locais enveredavam pela política de alianças entre si ou pela política de realização de tratados que os punham numa determinada altura sob protecção de um país face a ameaça do outro.

- lutas entre povos estrangeiros, destacando-se aquelas que opuseram portugueses contra austríacos, ingleses e holandeses. Fixados ao longo da baía estes últimos fundavam feitorias que no entanto eram destruídas pelos portugueses.

Neste mesmo século, concretamente em 1752, Portugal desvinculou Moçambique da administração das Índias Portuguesas e instalou uma administração autónoma. Perante a ameaça de outros países e dos reinos locais e na senda do controlo mais efectivo de Lourenço Marues Portugal logrou estabelecera-se politicamente em 1782. Para o efeito foi nomeado Joaquim de Araújo para o cargo de primeiro governador deste território. Este mandou erguer na margem esquerda da baía, onde existia uma feitoria holandesa e de onde nasceu a cidade, um posto militar ou presídio que mais tarde foi transformado em Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.

A esta acção ocupacionista continuaram a opôr-se os chefes dos estados locais. Entre estes importa destacar as figuras de Mfumo Nuanmantibjane e de Mahul. Não obstante este facto, António Enes dirigiu a ocupação efectiva que culminou com o controlo efectivo de Lourenço Marques pelos portugueses.

A evolução que o território foi conhecendo levou a sua elevação à categoria de vila a 9 de Dezembro de 1876. Onze anos depois, a 10 de Novembro de 1887, a vila era elevada à categoria de cidade.

Na perpectiva de continuar a proporcionar a evolução que então registava e perante a constante ameaça da afirmação inglesa e afrikaners no sul de Moçambique, Lourenço Marques ascendeu à capital da colónia de Moçambique, em 23 de Maio de 1907, em substituição da Ilha de Moçambique.

De 1907 a 1975, Lourenço Marques tornou-se, capital da colónia, durante a Monarquia Constitucional, capital da província de Moçambique, durante a 1ª República e finalmente capital da colónia de Moçambique, capital da Província de Moçambique e capital do Estado de Moçambique, durante o Estado Novo.

Conquistada a independência Nacional, a 25 de Junho de 1975, Lourenço Marques continuou com a sua posição de cidade capital.

A 3 de Fevereiro de 1976, num comício orientado por Primeiro Presidente da República, Samora Moisés Machel, e num ambiente que só a memória pode reconstituír, Lourenço Marques era baptizado Maputo da seguinte forma:

“ A capital chama-se Maputo a partir das nove horas e trinta minutos de hoje, Lourenço Marques morreu, a nossa capital chama-se Maputo”.

Ao aproximar-se mais um aniversário que se celebra numa altura em que os munícipes vivem num ambiente de campanha eleitoral, fazemos votos que o 10 de Novembro sirva de reflexão para a escolha do melhor, para a escolha daquele que poderá fazer desta cidade uma capital próspera, acolhedora e atractiva.

Que viva o 10 de Novembro

A Área Disciplinar de História

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